segunda-feira, 22 de julho de 2013

39º Capitulo

tumblr_mq66d56OqJ1s62ax7o1_500

De alguma maneira Rodrigo sentia-se culpado pelo que Tânia estava a passar. Se ao menos ele tivesse sido mais rápido a sair do carro poderia ter mudado tudo. Assim Tânia já não estaria magoada na perna, já não andava de canadianas e não teria de ser acompanha por um psicólogo. Realmente aquele acidente tivera grande impacto na vida de Tânia. Como se costuma dizer, a toda a sua vida lhe tinha passado pela mente naquela fracção de segundos.
Rodrigo encostou-se à porta, depois de Nico ter abandonado o seu espaço. Deslizou pela porta e deixou-se estar sentado. Tinha uma grande vontade de chorar mas controlou-se ao máximo.
Mas se ele não tivesse lá estado, quem teria ajudado Tânia? Quem a teria tirado daquele estado de hipnose? Quem a teria acalmado se ele não tivesse presenciado tudo? Exacto, ninguém. Ninguém a teria ajudado. Toda a gente se teria preocupado com os corpos ensanguentados que jaziam no chão. Era obvio que a única pessoa que realmente lhe interessava no meio daquele acidente era Tânia mas ele tivera o cuidado de verificar se as outras pessoas estavam bem e ainda de telefonar para as urgências antes de virar a sua atenção para Tânia.
As imagens do acidente passavam, sucessivamente, na sua mente. Sentia-se desesperado e novamente varias perguntas assombraram a sua mente. Sendo que uma delas se destacava de todas. E se Tânia saísse gravemente ferida daquele acidente?

***
Tânia não escondeu a surpresa quando viu Flávio a entrar pelo seu quarto. Mas o que faria ele ali?
- O que é que fazes aqui? – Apesar de tudo ela sentia nervosa com a sua presença. Não porque gostava dele porque sentimento à muito que tinha desaparecido mas sim porque não sabia o que ele poderia fazer.
- Soube o que te aconteceu e vim ver-te. – Proferiu aquelas palavras sempre de cabeça baixa e brincando com os pés.
- Ohhh. – O ambiente entre eles os dois estava estranho. Pesado seria mesmo a palavra adequada para o ambiente que se sentia naquele quarto. Eles não se falavam desde daquela discussão que tivera lugar na escola. – Senta-te. – Falou apontando para o fim da sua cama. Ele assim o fez.
- E já estás melhor? – Perguntou Flávio depois de se sentar ao fim da cama.
-Sim. – Respondeu enquanto se metia numa posição um pouco mais confortável mas ainda mantendo um espaço entre eles significativo. – Quem é que te contou o que se passou comigo? – Perguntou rapidamente.
- A tua mãe ligou à minha e contou-lhe. E ela achou por bem vir cá visitar-te. Eu disse-lhe que não era uma boa ideia. Claro que queria saber como estavas mas achei que não irias achar muita piada à ideia. E estou certo, não estou? – Flávio olhou para Tânia e viu-a a abanar a cabeça em sinal de afirmativo. Flávio moveu o olhar para as suas mãos que brincavam uma com a outra. – Porque é que me tratas assim? – Perguntou sentando-se mais perto de Tânia. – Tu sabes que te amo e ainda me tratas assim. – Pousou as suas mãos na cara de Tânia. Ele tinha tanta saudade de lhe tocar, de a beijar. – Dá-me mais uma oportunidade. É tudo o que te peço. – Flávio foi se aproximando da cara de Tânia. Era previsível o que ele iria fazer. Ao ultimo segundo Tânia desviou a cara e retirou as mãos dele da sua cara.
-Pára Flávio, pára! Eu já não te amo! Percebe isso de uma vez por todas. E mesmo que te amasse, eu não te conseguiria perdoar. Tu traíste-me. Acabou. – Afastou-se de Flávio ficando à ponta da cama. – Acho que está na hora de seguires de procurares outra pessoa. É o melhor.
- Mas tu sabes quem é que eu quero.
- Pois. Mas é tarde demais. E se podes fazer o favor de sair, é que hoje foi um dia longo e quero descansar. – Apontou para a porta do quarto.
- Claro. – Levantou-se e caminhou até à parta e colocou a mão na maçaneta e virou-se para tarde. – Espero que melhores e rápido. – Tânia reparou que Flávio controlava para não derramar as lágrimas que se faziam sentir nos seus olhos. Mas sinceramente Tânia não se importava com isso. Podia estar a ser insensível mas ele também não se tinha importado pelas lágrimas que ela tinha derramado quando soube que fora traída e alias ele só estava a ter o que merecia. Estava a sentir o mesmo que Tânia sentia naquele tempo.
***
Tânia sentia-se fisicamente exausta. Na noite anterior não tinha conseguido dormir nada. Parecia que tinha acordado mais cansada do que se deitou. Como agora era rotina, Tânia estava sentada na cama a ler um livro quando Catarina entrou pelo quarto e pousou um envelope em cima das pernas de Tânia.
- É para ti. – Falou e depois saiu do quarto.
Olhou para o envelope e apenas vinha escrito o seu nome. Observou o envelope e tentou encontrar qualquer coisa que identificasse quem teria enviado aquela carta. Mas não havia nada. Mas de quem seria aquele envelope? E o que continha aquele envelope volumoso?
 
 
Olá!
Bem queria-vos pedir desculpa pelo tempo em que demorei a postar este capitulo mas é que a inspiração andou mesmo em baixo e andei a escrever este capitulo durante três semanas. Não é o melhor capitulo que eu escrevi mas foi o que nestas três semanas me saiu.Mais uma vez peço imensa desculpa e espero que com esta demora não tenham desistido da minha fic.
Espero que gostem e principalmente comentem porque isso é muito importante para mim.
Beijinhos,
Tânia.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

38º Capitulo

tumblr_mp9lfpNp3F1s2a7p7o1_500
    Tânia tentava controlar as lágrimas. Ela esperava encontra-lo assim que saísse daquele sitio que odiava. Mas não. Ele não estava lá. Talvez nem tenha lá estado e ele prometera que iria segui-los até ao hospital.
    Viu a sua mãe sentada numa cadeira com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cara. Juntamente com ela estava a sua irmã numa tentativa de acalmar a sua mãe que estava bastante chorosa.
    Catarina desviou o olhar para a porta que dava acesso à parte hospitalar e viu Tânia sair dele. Avisou a sua mãe que rapidamente caminhou até Tânia. Abraçou com uma força imaginável e ainda lhe encheu a cara com pequenos beijos. Ambas ficaram mais descansadas depois de a enfermeira as ter posto a par das ocorrências. Informou-lhes que durante um indeterminado tempo Tânia seria acompanhada por um psicólogo, coisa que não era bem aceito por Tânia. Não estava nos seus planos por lá os pés. A enfermeira loira entregou um papel com o horário das consultas. As consultas iriam ter lugar a sua sexta à tarde por volta das cinco.
    Com a ajuda das canadianas e da sua irmã caminharam até ao carro. Era a primeira vez que ela andava com canadianas e ela odiava. Mas podia espera para se livrar delas.
    A viagem até casa parecia nunca mais acabar. Estava farta de estar dentro daquele carro. Estava encostada ao vidro da janela sempre com o pensamento nele. Mas porque é que ele prometera que iria estar lá se não a cumpriu?
    Sem querer pequenas lágrimas começaram a cair-lhe pelo rosto. Apressou-se a limpa-las para que a sua mãe e irmã não notassem.
***
    Tânia encontrava-se sentada na cama, onde estivera durante toda a tarde. Agora folheava o seu livro de História de modo a poder relembrar a matéria dada. Mas por mais que quisesse não conseguia. Estava com calor e farta de estar sentada na cama. Posou o livro nas pernas e pegou na carteira que estava a seu lado e procurou o seu telemóvel. Vasculhou a carteira toda mas não havia sinais do pequeno aparelho. Atirou o livro para o chão e chamou a sua irmã, que rapidamente entrou no seu quarto.
    - Sabes onde está o meu telemóvel? – Perguntou dirigindo o olhar para a rapariga loira. Voltou a procurar na carteira e só depois se lembrou que a ultima pessoa a ter tocado no telemóvel tinha sido Rodrigo. Será que ele tinha ficado com o seu telemóvel? Seria possível pois ele não tinha seguido a ambulância até hospital. E agora como iria recuperar o seu telemóvel? Não podia nem queria olhar para ele.
   - Não desculpa. – E saiu do quarto. Suspirou alto. Ele não tinha a tinha seguido. Ela ainda tinha esperança que pudesse estar enganada mas era verdade ele não tinha lá estado.
    Jantou ali no quarto e ainda teve direito à companhia de Nico que soubera de tudo o que acontecera. Não de tudo porque Tânia ocultara o facto de ter sido o Rodrigo a estar presente naquele acidente.

***
    Rodrigo acabara de chegara a casa. Sentia-se exausto tanto fisicamente como mentalmente. As imagens de Tânia a entrar para a ambulância passavam consecutivamente na sua mente.
    Atirou todas as coisas que tinha nos bolsos para cima do sofá. E ai reparou que tinha ficado com o telemóvel de Tânia. Isto não podia ter acontecido. Ele não podia ter ficado como telemóvel dele. E agora? Como é que ele fazia para lhe devolver o telemóvel?
    Deixou-o estar ali no sofá e dirigiu-se para a casa de banho, onde tomou um longo banho de modo a poder relaxar.


    Estava sentado a ver televisão mais propriamente a fazer zapping quando a campainha tocou. Estranho. Ele não estava à espera de ninguém principalmente a esta hora. Posou o comando e antes de abrir a porta foi vestir uma camisola. Enquanto voltava do quarto voltaram a tocar à campainha.
    - Só um bocadinho. – Falou antes de abrir a porta. Abriu a e por detrás estava o Nico.
    - Estavas a dormir? – Perguntou Nico depois de entrar.
    - Quase. – Coçou ligeiramente a cabeça. – Mas passa-se alguma coisa? – Perguntou depois de olhar para a cara de Nico que não era das mais felizes.
   - Acho melhores sentarmo-nos. – Falou dirigindo-se para a sala. Rodrigo seguiu-o. Estava de facto preocupado. Mas o que é que se passara para que ele lhe viesse bater à porta a estas horas?
    - Estás a deixar-me preocupado. O que é que se passa? – Perguntou visivelmente preocupado.
    - Bem…- Respirou fundo antes de continuar a falar. – A Tânia esteve envolvida num acidente.
    - O quê? – Rodrigo tentou fazer-se de surpreendido porque ele já sabia. Ele tinha assistido a tudo. - Mas ela está bem? – Perguntou. Na verdade ele não sabia se ela estava bem ou não. Tinha-se ido embora depois de comunicar o sucedido à família dela.
    - Está. Os médicos disseram que não era nada de grave mas disseram que por tempo indeterminado teria de ser acompanhada por um psicólogo. – Esta última informação tinha apanhado Rodrigo desprevenido.
***
    Já fazia algum tempo que Nico tinha abandonado o quarto de Tânia. Esta encontrava-se novamente sozinha.
    Ela estava aborrecida e farta de estar ali. Ela queria poder levantar-se e andar sem ter de se apoiar nas malditas canadianas.
    Pegou num livro que já estava meio lido. Nestes últimos tempos não tivera tempo para lê-lo.
    Não demorou muito para que se sentisse totalmente concentrada na história do livro. Era de facto fascinante aquela história.
    A sua leitura foi interrompida pelo bater da porta do se quarto.
   - Entre. – Falou e voltou os seus olhos novamente para o livro. Ouviu a porta a abrir e depois a fechar. Moveu o olhar para o corpo que estava em frente à porta e ficou surpreendida. – Flávio?!