sexta-feira, 31 de agosto de 2012

14 º Capítulo – “És mesmo um mentiroso.”


Nico

E cada vez mais as nossas caras estavam mais próximas, só quando os nossos lábios se quase tocavam, ela desviou a cara e pousou-a no meu ombro direito. Interrompendo então aquele que seria o nosso beijo.
Entretanto a música parou e nós regressamos á nossa mesa. Pedimos as sobremesas e falamos sem nunca falar no que se tinha passado á pouco. Comemos as sobremesas entre gargalhadas. Quando fomos pagar, ai começou um pequena discussão de quem iria pagar, usei todos os argumentos que tinha deixando-a sem resposta. Então paguei e fomos para o carro. Olhei para o relógio e vi que ainda eram nove e meia da noite, e perguntei-lhe o que queria fazer.
Tânia – Não sei. Mas ainda não me apetece ir para casa portanto deixo a teu critério.
Nico – Já sei.
Tânia – E vamos onde?
Nico – Não disseste que ficava a meu critério, então logo vês.
Conduzi até a um sitio que já me tinham falado e que nunca tinha tido oportunidade de lá ir até agora. Ela bem queria saber onde íamos mas como lhe disse, ela deixou isso a meu critério. Não sabia se ela iria gostar do sítio mas mesmo assim arrisquei e decidi lá ir. Chegamos e ela descobriu logo onde estávamos.
Tânia – Já sei onde estamos. – Disse já saindo do carro.
Nico – E estamos onde?
Tânia – Em Cascais. Mais propriamente na Boca do Inferno.
Nico – Já cá tinhas vindo?
Tânia – Sim. Já cá vim algumas vezes. E tu?
Nico – Nem por isso.
Tânia – Por isso é que escolheste este local.
Nico – Ora nem mais.
Tânia – Então anda. – Pegou-me na mão e puxou-me.
clip_image002Fiquei maravilhado. Aquilo era realmente muito bonito.
Vimos aquela magnífica paisagem sempre com as mãos dadas. Não posso dizer que aquilo não mexeu comigo porque mexeu. Quem passasse por nós pensaria que éramos namorados enquanto na verdade nem lá estamos perto. Considero-a uma amiga, talvez a irmã que nunca tive.
Sentámo-nos num banco que lá havia e ficamos a admirar a paisagens. Realmente era incrível. Senti ela a aproximar-se de mim e resumi logo que estava com frio porque vinham várias correntes de vento forte contra nós. Tirei o casaco e pus-lhe nos ombros.
Tânia – Não era preciso. Agora vais ficar tu com frio. – Enquanto disse isso, encostou-se a mim e eu abracei-a para ficarmos um pouco mais quentes.
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Nico – Vês, assim já ficamos mais quente.
Tânia – És mesmo um mentiroso.
Nico – Eu, mentiroso? Porquê?
Ela não disse nada. Despiu o casaco, eu ia refilar mas ela colocou o dedo nos meus lábios para me calar. Meteu o casaco nas minhas costas e depois voltou-se a abraçar a mim. E ai percebi o porque dela ter tirado o casaco, assim conseguia proteger-me a mim do frio e a ela também.
Ficamos assim durante algum tempo, sempre a olhar para o mar. Aquilo acalmava e bastante. Não demos pelo tempo passar e quando vimos as horas já eram onze e meia da noite. Ela olhou para o telemóvel e viu que já tinha várias chamadas da mãe e da irmã. Portanto levantamo-nos mas sempre abraçados até ao carro devido ao frio que se fazia sentir.
Entramos no carro e pouco depois arrancamos. Estávamos a conversas de coisa banais quando de repente passa uma música na rádio, que pelos vistos ela gosta e começou a cantar. Era uma música que eu conhecia portanto no refrão juntei-me a ela e o resultado foi catastrófico. Ela canta muito bem e eu parecia um pato a grasnar.

Vi que ela estava bastante alegre e agora agradeço por não nos termos beijado, teria arruinado o jantar.
Chegamos rapidamente a casa dela.
Nico – Bem estás entregue.
Tânia – Obrigada pelo jantar.
Nico – A tua mãe não se vai chatear por teres chegado a esta hora, quer dizer amanhã tens que te levantar cedo.
Tânia – Não te preocupes. – Deu-me um beijo na face e saiu. Esperei que ela entrasse em casa e depois arranquei.


Tânia

Depois daquele quase beijo, tentei esquecer o que se tinha passado era o melhor e ao que parece ele fez o mesmo. Eu não o queria magoar mas só o via como amigo mais nada.
Abri a porta e reparei na luz que vinha da sala, fui pé ante pé e olhei lá para dentro e vi que a minha mãe se tinha deixado de adormecer. Fui até ao meu quarto, despi-me e vesti o meu pijama. Deitei-me rapidamente e adormeci.
***
clip_image006Acordei e como habitual tratei da minha higiene e vesti-me e fui tomar o pequeno-almoço.
Entrei na cozinha, ainda estava tudo desligado e não havia sinal da minha mãe ou irmã. Comi uma peça de fruta e quando vou para sair aparece mesmo á minha frente a minha mãe com cara de poucos amigos.
Mãe – Tânia Vanessa, a que horas chegaste ontem?
Tânia – Deviam ser p’rai onze.
Mãe – Não me mintas Tânia Vanessa.
Tânia – Podes parar de me chamar Vanessa?
Mãe – Porquê? É o teu nome.
Tânia – Tá bem. Vou andado para a escola. – Dei-lhe um beijo na bochecha e sai porta fora para não a ouvir mais.
Cheguei á escola e a Madalena já lá estava e por estranho que pareça estava agarrada ao telemóvel, coisa que não é dela e ainda por cima estava a sorrir para o telemóvel. Cheguei ao pé dela e imediatamente guardou o telemóvel.
Tânia – Com quem é que estavas a falar?
Madalena – Com ninguém. Porque é que perguntas isso?
Tânia – Porque estavas a sorrir para o telemóvel, só isso.
Madalena – Ok. Olha guarda-me a mala que eu vou á casa de banho.
Ela saiu de ao pé de mim e eu fiz uma coisa que não se deve fazer. Abri a carteira dela e retirei de lá o telemóvel e comecei a ver de quem era as mensagens que ela recebia. Abri o menu e fui até ás mensagens assim que abri fui até á caixa de entrada e assim que o fiz tive uma enorme surpresa. Não podia acreditar.

Com quem é que Madalena anda a trocar mensagens?

Olá!
Como sabem ontem foi o sorteio da Liga dos Campeões e queria saber o que acham do grupo onde está o Benfica. Acham que o Benfica vai conseguir vencer o “temível” Barcelona. 
Também queria deixar um “Obrigada” ao Saviola pelo que fez por nós.
Bjs Tânia

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

13º Capítulo –“ Eu não sou muito boa a dançar.”


Tânia

Sai do hospital, uma corrente de ar veio contra mim, nesse preciso momento inspirei fundo e finalmente senti-me mais livre. Um sentimento que nunca mais tinha sentido depois de começar a namorar com o Flávio.
Apanhei o autocarro em direcção à escola. Sabia que já não chegava á primeira aula, muito menos à segunda visto que já tinha começado.
Sentei-me num dos bancos e coloquei os fones nos ouvidos mas para os retirar logo porque tinha recebido uma mensagem. Abri-a e sorri ao ver de quem era.

De: Nico
Olá! Espero que esteja tudo bem contigo.
Quero perguntar-te se ainda estás disposta a jantar comigo.
Estás?
Bjs Nico


Para : Nico
Olá!
Sim. Ainda estou disposta.
Mas vai ser quando?
Bjs



De: Nico
Pode ser hoje?



Para : Nico
Claro que pode.



De: Nico
Então fica combinado.
Vou-te buscar às oito.
Bjs


Respondi-lhe, dando-lhe também a morada para saber onde me iria buscar. Pouco tempo depois cheguei à escola e na entrada principal estava a Madalena e tinha cara de poucos amigos. Assim que me viu veio ter comigo e eu soube logo que me iria dar na cabeça.
Madalena – O que é que te passou pela cabeça?
Tânia – Nada. – Respondi com a mais calma possível.
Madalena – Nada?! E ainda por cima com essa calma toda.
Tânia – O que é que queres que te diga?
Madalena – O motivo porque foste a correr até ao hospital.
Tânia – Não sei. Mas ainda bem que fui assim pude esclarecer umas coisas.
Madalena – Que coisas?
Tânia – Coisas…
Madalena – Ok. Mas falando de outra coisa. A malta está a combinar irmos jantar e depois ao cinema. Que achas?
Tânia – É para quando?
Madalena – P’ra hoje.
Tânia – Não posso. Já tenho coisas combinadas.
Madalena – Com quem?
Tânia – Não te interessa.
Madalena – É com o Rodrigo?
Tânia – Mas tu passaste-te foi? Achas que algum dia eu iria sair com ele?
Madalena – Calma , não é preciso ficares irritada. – Ia-lhe responder mas tocou, sorte a dela.
Fomos para a aula e por azar era com a nossa DT portanto tive de a ouvir a refilar comigo por ter faltado as aulas anteriores e queria saber o motivo porque o fiz mas isso não lhe disse. Não lhe interessava nem pouco. Falou também o que se tinha passado com o Flávio. Passado algum tempo tocou.
A Madalena ainda tentou saber com quem iria sair mas não teve sorte.
Cheguei a casa e fui falar com a minha mãe sobre o facto de ter faltado as aulas, uma coisa que ela compreendeu e fiquei bastante surpreendida. Também lhe disse que ia sair com um amigo.
Fui para o meu quarto, e fui escolher a roupa que iria utilizar para o jantar. Não foi uma escolha fácil visto que não sabia onde iríamos jantar. Assim que o escolhi, olhei para o relógio e vi que ainda era bastante cedo então como qualquer adolescente fui um pouco ás redes sociais ver o que se passava mas depressa me fartei e fui ver televisão.
O tempo passou rápido e quando vi as horas já eram sete. Fui tomar um banho e depois fui-me vestir.
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Sai do meu quarto e a minha irmã começou logo a provocar-me. Não liguei nenhuma pois o Nico já me tinha mandado uma mensagem a avisar que já lá estava fora à espera.

Nico

Hoje acordei e combinei as coisas com a Tânia. O dia passou bastante depressa e quando vi as horas já eram quase sete horas. Fui tomar banho e depois vesti-me.
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Entrei no carro e arranquei até a casa dela. Quando lá cheguei mandei-lhe uma mensagem a dizer-lhe que já estava á espera dela. Pouco depois ela saiu e posso dizer que fiquei de boca aberta. Ela vinha linda. Sai do carro e fui cumprimentá-la. Lógico que a elogiei.
Nico – Olá! Bem estás linda. – Quando lhe disse isso, ela baixou a cabeça e mostrou um sorriso tímido. Agradeceu e entramos no carro.
Durante o caminho falamos de coisas banais. Era bastante fácil falar com ela.
Chegamos ao restaurante e vi a cara surpreendida dela. Vi que não estava habituada a frequentar aqueles tipos de restaurantes. Entramos e logo vieram ter connosco a indicar-nos a mesa.
Fizemos o pedido e ficamos a conversar para nos conhecermos melhor. Pouco tempo depois vieram-nos trazer os nossos pedidos e continuamos a conversar. Uma conversa com bastante gargalhadas por ambas as partes.
Ela fascinava-me cada vez mais, não só pela sua beleza exterior mas também pela sua beleza interior. Conversamos alegremente até que no palco que havia no restaurante começou a tocar uma banda e várias pessoas levantaram-se para dançar.
Olhei para ela e sorri. Levantei-me e fui até ela e peguei-lhe na mão para que ela viesse dançar. Vi que ficou com receio e assim que falou confirmei isso.
Tânia – Eu não sou muito boa a dançar.
Nico – Deixa estar que eu também não.
Puxei-a para o meio da pista, ela colocou as suas mãos em volta do meu pescoço e as minhas mãos estavam em volta da sua cintura. Ficamos com os olhos “colados” um no outro e assim pude admirar a sua beleza. Os seus olhos azuis que brilhavam intensamente, os seus lábios que pareciam que tinham sido cuidadosamente desenhados.
Os nossos olhares eram cada vez mais intensos e sem dar por isso as nossas caras já estavam bastante próximas, conseguia sentir a sua respiração acelerada nos meus lábios, senti os seus batimentos cardíacos também muito acelerados.
 
Visitem a fic da Verónica Baptista.
É bastante boa e recomendo. Não se vão arrepender de ler. Prometo!


sábado, 18 de agosto de 2012

12º Capítulo –“ Sabia que vinhas”


Tânia

Tânia – O que é que se passou com o Flávio?
Cláudia – Ele teve um acidente de carro. Está internado no Hospital da Luz.
Não ouvi mais nada. Peguei nas minhas coisas e apanhei o primeiro táxi que me apareceu á frente. Durante o caminho perguntei-me se estaria a fazer o correcto. Ir visitá-lo ao hospital. A minha cabeça dizia para não ir mas o meu coração dizia para seguir em frente e ir visitá-lo.
Não lhe queria dar falsas esperanças. Quero mentalizar-me que já não gosto. Não posso nem quero. Ele já me fez sofrer o suficiente. É obvio que sinto aquele carinho especial por ele. Mas não quero sentir mais do que isso. Nunca mais.
Despertei dos meus pensamentos quando o senhor me chamou dizendo que já tínhamos chegado ao destino. Paguei e saí em direcção ao hospital.
Entrei e dirigi-me à secretária para logo a seguir perguntar pelo Flávio. Disseram-me que ainda não era a hora das visitas e que teria de espera pelo menos uma hora. E assim o fiz.
Sentei-me num banco da sala de espera e coloquei os fones. Estava perdida nos pensamentos quando dou conta que me estavam a ligar. Olhei para o visor e vi que era a Madalena. Já sabia que quando lhe dissesse que estava no hospital me daria na cabeça e com razão mas acho que o meu coração naquele momento falou mais alto. Atendi a chamada.
Inicio da ligação

Madalena – Tânia Vanessa diz-me que não estás no hospital?
Tânia – Não estou no hospital.
Madalena – Eu estou a falar a sério. O que foste p’ra ai fazer?
Tânia – Vim visitá-lo.
Madalena – Mas tu és parva ou fazes-te? Depois de tudo o que ele te fez ainda o vais visitar?
Tânia – Madalena, poupa-me.
Madalena – Não Tânia. Poupa-me tu. Onde está aquela Tânia que há uns dias me disse que queria esquecer o Flávio. Que era o melhor.
Tânia –Não sei. – Olhei para o relógio e vi que estava na hora da visita. – Olha vou ter que desligar.
Madalena – É que nem te atrevas a desli….
Fim da ligação

Entrei no quarto e quando o fiz reparei que ele ainda estava a dormir. Sentei-me na cadeira que existia a seu lado e pousei a minha mãe em cima da dele. Fiquei por breves minutos a fazer-lhe festas na mão.
Flávio – Sabia que vinhas.
Tânia – Vim porque me preocupo contigo.
Flávio – Não só. Vieste porque ainda me amas.
Tânia – Isso não é verdade.
Flávio – Ai não?
Tânia – Não.
Flávio – Então porque é que vieste?
Tânia – Já te disse preocupação.
Flávio – Mentiras atrás de mentiras.
Tânia – Não são mentiras.
Flávio – São sim. Eu amo-te. Diz-me olhos nos olhos que não me amas.
Tânia – Flávio, eu não vou dizer isso porque provavelmente é mentira. – Ele sorriu vitorioso. – Mas vou fazer os possíveis para fazer com que o amor que sinto por ti passe a ser só amizade.
Flávio – Não digas isso. Lembra-te dos momentos bons que passamos juntos. Isso já não significa nada para ti?
Tânia – Claro que significa. Mas lembra-te que também tivemos momentos maus e um deles ditou o fim do nosso namoro.
Flávio – Então se significou porque é que estás a fazer isso?
Tânia – Porque é o melhor para os dois.
Flávio – Não digas isso. – Pequenas lágrimas escorreram pelo seu rosto e ao ver isso o meu coração minguou.
Tânia – Tenho de ir. Fica bem. – Dei-lhe um beijo na testa e dirigi-me para a porta. Mas ao colocar a mão da maçaneta ele chama-me.
Flávio – Tânia, espera.
Tânia – O que foi?
Flávio – Dá-me um beijo.
Tânia – O quê?
Flávio – Dá-me um último beijo.
Tânia – Adeus Flávio. – E sai do quarto.
Flávio

Estava a caminho da escola, estava a passar num cruzamento e vi que podia continuar visto que do outro lado não vinha de lá nenhum carro. Continuei, só que do nada aparece um carro do outro lado e embate com tanta força no meu que acaba por captar.
 
Car-accident-hits-motorcycle

Só me lembro de ver um monte de gente a meu redor e a chegada do INEM.
Acordei já estava instalado num quarto do hospital com os meus pais a meu lado. Pude ver os sorrisos de alívio que se formaram nas suas caras.
Pouco tempo depois chegaram os médicos que me levaram do quarto para fazer mais exames. Quando os acabei de fazer já eram quase oito da noite. Jantei e rapidamente adormeci.
***
Acordei e não podia a creditar no que via. A Tânia ali sentada a mexer-me na mão. Sorri interiormente. Ela ao estar ali deu-me certezas que ainda me ama. Trocamos algumas palavras. Palavras, essas que me fizeram ficar de rastos.
Quando ela se ia embora pedi-lhe que me desse um beijo. O último beijo. Beijo, que ela negou e saiu.
Lembrei-me que tinha uma foto dela na minha carteira. Tirei-a e fiquei a admirar aquela foto.
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Tinha sido tirada por mim. Lembro-me como ela gostava de fazer caretas para as fotos e nesta apanhei de surpresa mas ficou linda.
A coisa que não me saia do pensamento é que ela me quer esquecer.
Será que é o fim da nossa história?
 
Olá!
Primeiro peço desculpa pela a minha ausência, tive de férias e não consegui escrever nada. E ainda tenho de pôr a leitura em dia das fic que acompanho.
Segundo queria agradecer pelos comentários no último capitulo, significa muito para mim saber que estão a gostar. Quanto à sondagem fiquei igualmente feliz por saber que gostam da história. Também vou ter especial atenção ao voto que diz para mudar o rumo da história.
Espero que gostem deste capítulo.
Bjs Tânia