sábado, 2 de junho de 2012

4º Capítulo – “ Ui! Que estou cheio de medo!”


Madalena


         Madalena : Tu não és jogador do Benfica?
Desconhecido – Sim, sou o …
Madalena – Rodrigo, nós sabemos.
Rodrigo – Pois parece que sou muito conhecido.
Madalena – Até parece que não estás habituado a seres reconhecido.
Rodrigo – Por acaso nunca me habituei. Mas ainda não sei os vossos nomes.
Madalena – Pois! Eu sou a Madalena e ela a Tânia.
Estava tão distraída a falar com o Rodrigo que nem reparei o que é que a Tânia estava a fazer e quando reparei ela estava a olhar fixamente para o Flávio. Mas porque é que ela ainda se interessa por ele e olha para ele quando está um rapaz destes a falar connosco. Reparei que ela ia acender um cigarro e ia repreende-la mas o Rodrigo apressou-se a faze-lo.
Rodrigo – Sabes o mal que isso te faz?
Tânia – Sei.
Rodrigo – Então porque é que fumas?
Tânia – Olha lá, mas eu conheço-te de algum lado para me estares a repreender. Vê se vais fazer o que sabes fazer de melhor e não me chateies os miolos.
Rodrigo – Não é preciso responderes assim. Eu só estava a alertar-te.
Tânia – Eu em casa tenho uma pessoa a quem eu chamo mãe, se ela não me chateia com isso não vais ser um jogadorzeco que o vai fazer. Porque alias à muitos jogadores que fumam.
Rodrigo – Diz-me um.
Tânia – Aquele do Manchester City.
Rodrigo – Quem?
Tânia – É um preto italiano.
Rodrigo – Não sei quem é. – Ele estava numa de a provocar ainda mais e eu estava a adorar de ver eles a picarem-se um ao outro. Pus-me a pensar que eles dariam um bom casal.
Tânia – Sabes sim, não queres é dizer.
Rodrigo – Não sei não.
Tânia – Sabes sim portanto diz senão.
Rodrigo –  Senão o que, vais bater-me é?
Tânia – Se for preciso vou.
Rodrigo – Então força. Já sofri pior, não vai ser um estalo que vou me queixar.
Tânia – Não te vou mandar estalo nenhum. Queimo-te com o cigarro.
Rodrigo – Ui! Que estou cheio de medo!
Tânia – Já alguma vez te disseram que és bastante irritante.
Rodrigo – Por acaso não. És a primeira.
Tânia – Eles devem ter uma paciência de um santo.
Rodrigo – Diz que sim. E então a Madalena tem a paciência de mil santos para te aturar. Sim porque só um não chega com certeza.
Tânia – Sabes uma coisa adeus. Não estou para te aturar.
Rodrigo – Adeus. Manda cumprimentos à família.
Ela nem respondeu, provavelmente ficou sem resposta o que é muito raro visto que ela tem sempre a resposta na ponta de língua.
Madalena – Acho que mereces um prémio.
Rodrigo – Porquê?
Madalena – Porque com a última frase deixaste-a sem resposta e acredita ela tem sempre resposta.
Rodrigo – Ah ok. Mas ela não parecia estar muito bem.
Madalena – Ela acabou com o namorado no início do Verão e não se viam desde então. E agora voltaram se a ver e beijaram-se e está naquela se gosta ou não gosta dele. Aquelas tretas todas que dá cabo da cabeça a uma pessoa.
Rodrigo – Mas o que é que ele lhe fez?
Madalena – Traiu-a e ela apanhou-o. Mas não foi a primeira vez. Já a traiu p’ra aí três vezes.
Rodrigo – A sério? Mas será que ela não abre os olhos e vê o que tem em frente dela é uma pessoa completamente otária.
Madalena – Pois mas ela é muito ingénua.
Rodrigo – Não me pareceu isso.
Madalena – Mas é, acredita. Mas tenho de ir embora que já tocou para a entrada.
Rodrigo – Ok. Adeus então. Gostei de vos conhecer.
Madalena – Eu também.
Despedimo-nos com um beijinho na cara e fui para a aula. Lá encontrei a Tânia e só de me lembrar do episódio de à pouco só me dava vontade de rir mas ainda assim controlei-me. Sentei-me ao lado dela e o professor deu inicio à aula. Ao fim de algum tempo o stor mandou-nos fazer trabalhos em grupo com o colega de carteira e assim aproveitei para falar com ela do que se tinha passado.
Madalena – Ainda estás chateada?
Tânia – Eu não estou chateada.
Madalena – Estás sim.
Tânia – Não estou não. Estou irritada é isso que estou.
Madalena – Porquê?
Tânia – Porquê?! Ainda perguntas?
Madalena – Estás assim porque não aguentas-te o facto de ele te responder sempre à letra?
Tânia – Não é isso. É o facto de ele se meter na minha vida enquanto eu não o conheço de lado nenhum.
Madalena – Mas tu conhecia-lo, ele é que não te conhecia. E aliás ele estava a fazer aquilo para te provocar.
Tânia – Isso sabia eu.
Madalena – Ele também estava todo de sorrisinhos para ti, tu é que não viste e continuavam-se a provocar.
Tânia – Olha vamos fazer mas é os exercícios.
Madalena – Sim, agora desvia a conversa.
Não falamos mais no assunto pois sabia que se tocasse mais no assunto ela passava-se comigo.


Rodrigo

Depois daquele episódio com a Tânia dirigi-me para o Marquês de Pombal pelo caminho que elas me tinham indicado. Ainda fui abordado algumas vezes mas pouco tempo depois lá cheguei ao sítio, onde já todos me esperavam.
Nelson Oliveira – Fogo estava a ver que não.
Witsel – Mesmo a sério. Ficaste a dormir foi?
Rodrigo – Calma. Perdi-me e tive de pedir indicações, só isso.
 Aimar – Isso explica tudo mas agora vamos que já estamos atrasados.
Fomos então todos para o treino que nesse dia era no Estádio da Luz e era aberto aos adeptos.
O treino até correu relativamente bem. Fui para casa e almocei. Como ia passar a tarde sem fazer nenhum decidi ligar ao Bruno (César) para vir jogar PES, lógico que ele concordou logo e pouco tempo já cá estava em casa.
Tivemos grande parte a jogar mas deu-nos a fome e fomos lanchar.
Bruno – Ouve lá, o que é que se passa contigo?
Rodrigo – Comigo, nada.
Bruno – Viraste mentiroso foi. Dá bem para ver que estás estranho.
Rodrigo – Já te disse que não se passa nada. Fogo, que chato.
Bruno – Isso envolve rapariga.
Rodrigo – Pronto, piraste de vez.
Bruno – Ahahaha! Então envolve mesmo. Quem é ela?
Rodrigo – Não é ninguém.
Bruno – É sim, meu. A tua cara não engana.
Rodrigo – Pronto. O que é que queres saber?
Bruno – Como é que ela se chama? É de onde? Onde a conheces-te e como? E talvez a idade.
Rodrigo – Chama-se Tânia, creio que é cá de Lisboa e conhecia ao pé do Liceu Camões. Foi a ela e a uma amiga dela que pedi indicações. Quanto à idade não faço a mínima quantos anos ela tem.
Bruno – Até sabes algumas coisinhas para quem a conheceu hoje.
Rodrigo -   Cala-te e come que é para irmos jogar.
Bruno – Sim. Ta bem.
Depois desta ligeira troca de palavras, continuamos a jogar até á hora de jantar. Aí ele foi-se embora pois tinha combinado umas coisas e fiquei sozinho. Jantei, vi um pouco de TV e depois fui para a cama visto que estava um pouco cansado.
Foi na cama que a Tânia me veio ao pensamento e sorri ao relembrar o que se tinha passado. Será que a voltarei a ver?




1 comentário:

  1. fabuloso...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo...

    continua...

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