domingo, 27 de maio de 2012

3 Capítulo – Ainda gostas dele?


 Tânia

Deitei-me a pensar no Flávio, como ele ainda mexia um pouco comigo. Mas não quero dar-lhe outra oportunidade. A minha cabeça diz uma coisa, o meu coração diz outra. Precisava de desabafar com a Madalena portanto olhei para o relógio e vi que era bastante tarde e então já não lhe liguei. Acabei por adormecer com o pensamento nele.
Acordei muito bem disposta por sinal, não sei porque mas tinha a sensação o dia me iria correr bem. Tomei banho, vesti-me, tomei o pequeno-almoço e rumei á escola, visto que já estava um pouco atrasada.
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Cheguei é escola e a Madalena já lá estava á minha espera.
Madalena – Bom dia!
Tânia – Ena, tanta animação!
Madalena – Tenho uma novidade e tenho a certeza que vais adorar saber.
Tânia – Estás á espera do que para contares.
Madalena – Vês eu sabia que ias ficar muito curiosa.
Tânia – Vá, desembucha.
Madalena – Arranjei uma entrevista de um part-time para as duas.
Tânia – A sério?! E é onde? – Já estava bastante entusiasmada pois já há muito tempo que andava á procura mas com o país em crise tornou-se mais difícil.
Madalena – Prepara-te, vais te passar.
Tânia – Diz lá.
Madalena – É no Estádio da Luz .
Tânia – O quê? Estás a gozar só pode.
Madalena – Não estou a gozar nada.
Tânia – Que máximo. Mas espera é o mesmo trabalho para as duas?
Madalena – Infelizmente sim. Só uma de nós é que vai ficar com o trabalho. Se ficarmos né?
Tânia – Não gosto nada disso.
Madalena – Porquê?
Tânia – Porque queria que o meu primeiro trabalho, se for o primeiro, fosse ao mesmo tempo que o teu.
Madalena – Eu também queria mas não se pode fazer nada.
Com esta conversa já tínhamos chegado á porta da sala. Estavam todos á porta visto que a stora ainda não tinha chegado. Mal lá cheguei meus olhos focaram-se no Flávio e este por sua também fez o mesmo. Olhamo-nos por minutos. Vê-lo depois de ontem custava-me tanto. Por meros minutos imaginei-me a sentar-me no colo dele e beija-lo como fazíamos antes de termos terminado tudo. Ele aproximou-se de mim. Estava bastante próximo, o suficiente para sentir o seu toque que ainda tinha efeito em mim. Ele sorriu ao aperceber-se disso. Continuamos todos a conversar até que nos disseram que não iríamos ter aula, então puxei a Madalena e saímos dali. Quanto mais longe dele melhor.
Madalena – Onde vamos?
Tânia – Preciso de falar contigo.
Madalena – O que se passa?
Parei, respirei fundo.
Tânia – Eu e o Flávio beijamo-nos ontem.
Madalena – O quê? Como?
Tânia – Olha como é que se dá um beijo.
Madalena – Mas quando? Foi quando vieram para a rua?
Tânia – Não. Ele apareceu lá em casa.
Madalena – Teve a coragem depois do que te fez ir a tua casa? É preciso ter uma lata.
Tânia – Teve. Mas a culpa é minha.
Madalena – Tua? Agora não estou a perceber nada.
Tânia – Ele entrou pela janela do meu quarto.
Madalena – Mas porque é que fizeste isso?
Tânia – Sei lá. Dei por mim a pensar no tempo em que namorávamos e que ele subia a janela para estarmos juntos sem a minha mãe e a minha irmã saber.
Madalena – Posso fazer te uma pergunta? Mas responde-me com toda a tua sinceridade. Tu ainda gostas dele? – Aquela pergunta deixou-me sem qualquer resposta.
Será que ainda gosto dele? Não conseguia dar-lhe uma resposta em concreto. Não sabia o que dizer. Não saia nenhuma palavra da minha boca e para a Madalena esse silêncio significou uma coisa.
Madalena – Eu sabia. Esse teu silêncio diz tudo. Depois de tudo o que ele te fez ainda nutres sentimentos por ele.
Tânia – Não tenho culpa. A nossa separação ainda é recente. Tens de perceber que namorávamos desde do 9ºano. Perdemos a virgindade um com outro. Achas que se deixa de gostar assim de uma pessoa de um momento para o outro?
Madalena – Mesmo assim. O que ele te fez não se faz a ninguém.
Tânia – Pois não. Mas há muita gente que o faz portanto sou só mais uma que foi encornada.
Madalena – Meu deus, mesmo depois disso. És tão ingénua.
Tânia – Não é ser ingénua ou deixar de ser. Ele foi o meu primeiro namorado, a primeira pessoa que eu realmente gostei. Por mais que o queira esquecer não consigo.
Ficamos as duas em silêncio durante um longo período, o que eu agradeci mentalmente pois naquele momento precisava de por as ideias em ordem.
Não sei mesmo se ainda gostava dele ou se ele apenas mexia comigo mas uma coisa tinha a certeza que ele não me era indiferente. Estava perdida nos pensamentos quando a Madalena falou qualquer coisa que não percebi.
Tânia – Hã!?
Madalena – Ouviste o que eu disse?
Tânia – Não. Desculpa estava a pensar numa coisa.
Madalena – Vais ficar chateada comigo?
Tânia – Não. Sabes bem que eu não consigo ficar chateada contigo. Mas vamos mudar de assunto. Quando é que é a entrevista?
Madalena – Amanhã. – Disse enquanto acendia um cigarro. – Mas ainda não perdeste esse vício.
Tânia – Pelos vistos não.
Madalena – Irra. Sabes bem que isso te faz mal porque é que ainda continuas a fumar?
Tânia – Como tu própria disseste é um vício, logo não se consegue largar de um momento para o outro.
Continuamos a falar quando fomos interrompidas por uma voz desconhecida.
Desconhecido – Olá! Desculpem incomodar mas podem dizer como é que vou para o Marquês de Pombal? – Disse com um sotaque brasileiro.
Tânia – Desces toda aquela rua e já lá estás.
Desconhecido – Obrigado. – Virou-se para ir embora mas é impedido pela Madalena.
Madalena – Espera lá, tu não és o …

2 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais... continua... agora tou super curiosa para ver o proximo...

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  2. Meu Deus! Está lindo! Cada vez gosto mais!
    Beijinhos

    Mónica

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